O desejo de caminhar lhe toma a mente e move seus pés. Você começa a [[andar|Passos]].
O ônibus chega. Você está submerso. Porque esperou tanto para agir? Que absurdo. Ele lhe deixa próximo de sua [[casa|A casa]].
Deuteregonia
A chuva já não lhe agrada mais, dois dáctilos não fazem o seu nome, mas ainda assim é absurdo; você está imerso em roupas sujas e lodacentas, sua paciência já lhe abandonou e o ônibus já lhe atravessou; flechadas e pedradas. Absurdo, como um grego antigo. Sua [[casa|A casa]] está próxima, entretanto; já não há mais diferença entre a espera e a caminhada.
Introibo ad altare Dei, ad Deum qui laetificat juventutem meam! A qualquer minuto o ônibus chegará. A [[qualquer minuto|Qualquer minuto]].
E a [[caminhar|Passos, passos]].
E a [[correr|Passos, passos, passos!]].
Que [[absurdo|Absurdo]].
Você chega ao ponto de ônibus; chove. Não há cobertura. Não há motivos para esperar; a [[caminhada|Uma decisão]] não é tão longa. Mas chove. A espera é, de certa forma, [[atraente|A espera]].
Você chega em casa. Você está sujo. Você perdeu tempo. Você dorme.
A chuva se intensifica. Não há sinal do ônibus, e o tempo passa; a ideia de que você deveria ter começado a [[caminhar|A caminhada]] mais cedo não lhe abandona; mas [[a espera|Tempo, tempo]] ainda lhe parece a melhor opção.
Peo
A chuva torna-se mais intensa e a espera se torna mais difícil; porque [[não acabar logo com isso|A caminhada]]? Por que você já chegou até aqui; decerto há algo de helênico na [[espera contínua|Vácuo]], mesmo estando a capite ad calcem em águas sujas e cinzentas.
A espera lhe parece agradável, inicialmente. A chuva traz consigo uma sensação de paz, quase de sonolência. Os minutos parecem [[voar|O tempo]].
Você pensa na possibilidade de caminhar, a chuva caindo de forma graciosa sobre seus cabelos. [[Se começar agora|A caminhada]], não tardará a chegar; mas a [[espera|A espera]] seria, decerto, mais confortável.