<img src="https://i.imgur.com/WkVwPGW.png" alt="O CASO">
Caso Richthofen é a denominação pela qual tornaram-se conhecidos o homicídio, a consequente investigação e o julgamento das mortes de Manfred e Marísia von Richthofen, casal assassinado pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos a mando da filha Suzane von Richthofen.
[[O trio da matança-> Suzane, Daniel e Cristian]]
[[Sobre a família->Familia Von Richthofen]]
<img src="https://i.imgur.com/Ro8hxn5.png" alt="A FAMÍLIA">
Manfred Albert von Richthofen e Marísia se conheceram na década de 1970, quando ela cursava medicina e ele fazia engenharia na Universidade de São Paulo (USP). Eles estudaram também na Alemanha, onde também trabalharam. Quando voltou da Alemanha, Marísia abriu um consultório de psiquiatria. Suzane nasceu em 3 de novembro de 1983. Quatro anos depois, veio o caçula Andreas.
Nas vizinhanças da casa onde a família morou por quase quinze anos, na Zona Sul de São Paulo, os quatro são lembrados com simpatia. Os von Richthofen se mudaram do sobrado em 2000. Mas Manfred e os filhos iam com frequência à casa para pegar correspondências e varrer as folhas do quintal. Os conflitos familiares começaram quando Suzane iniciou seu relacionamento com Daniel.
[[continuação-> Suzane, Daniel e Cristian]]
[[A outra Família->Família Cravinhos]]
<img src="https://i.imgur.com/zukItme.png" alt="O trio">
Suzane e Daniel conheceram-se em agosto de 1999 e começaram um relacionamento pouco tempo depois. Ambos tornaram-se muito próximos, mas o namoro não tinha o apoio das famílias, principalmente dos Richthofen, que proibiram o relacionamento. Suzane, Daniel e Cristian então criaram um plano para simular um latrocínio e assassinar o casal Richthofen, assim os três poderiam dividir a herança de Suzane.
[[Quem é família Von Richthofen->Familia Von Richthofen]]
[[Quem é família Cravinhos->Família Cravinhos]]
[[Onde tudo aconteceu-> Assassinatos]]
<img src="https://i.imgur.com/yWFslky.jpg" alt="Cravinhos">
Os Cravinhos eram considerados a "família do barulho" pela vizinhança, pois consertavam carros e motos e testavam aeromodelos na vila. Casadis a 42 anos, Nadja e Astrogildo têm mais um filho, Marco, que é casado e ajudava financeiramente os pais. Cristian, o do meio, era apontado como o problemático. Ele adorava esportes radicais. Daniel, o caçula, era simpático e educado. Desde os 13 anos, dedicava-se ao aeromodelismo. E era de fazer aviões que ele vivia, ganhando cerca de R$1,4 mil por unidade. Na década de 1970, o pai, Astrogildo, foi condenado por falsidade ideológica por usar uma carteira falsa da Ordem dos Advogados do Brasil. Mais tarde ele cursou Direito, mas nunca advogou. Aposentou-se como escrivão de cartório. Os vizinhos nunca ouviram brigas e discussões na casa dos Cravinhos.
[[o assassinato-> Assassinatos]] <img src="https://i.imgur.com/UGWpXke.jpg" alt="Assassinatos">
No dia 31 de outubro de 2002, Suzane abriu a porta da mansão da família no Brooklin, em São Paulo, para que os irmãos Cravinhos pudessem acessar a residência. Depois disso eles foram para o segundo andar do imóvel e mataram Manfred e Marísia com marretadas na cabeça.
[[Como aconteceu em detalhes?->Detalhes]]
[[Julgamento->Julgamento]]<img src="https://i.imgur.com/9Kcial5.jpg" alt="DETALHES">
Na tarde de 30 de outubro de 2002, Suzane e Daniel Cravinhos repassaram pela última vez os planos do assassinato dos pais da moça. Conversaram com Cristian, o qual, não deu a certeza de que participaria. Naquela noite, o irmão de Suzane, Andreas, na ocasião com quinze anos, foi levado pela garota e pelo namorado dela para um cyber café.
Cristian já estava no cyber café. Ele chegou ao local às 22h12 e saiu às 22h50, para que Andreas não o visse. Por volta das 23h20, Suzane e Daniel encontraram-se com Cristian perto do local. Os três seguiram para a mansão dos von Richthofen. Dias antes da noite do assassinato, Suzane havia meticulosamente desligado o alarme e as câmeras de vigilância da casa, de modo que nenhuma imagem do trio chegando fosse capturada.
Por volta da meia-noite, eles estacionaram o carro na garagem. Os rapazes vestiram blusas e meias-calças para evitar que caíssem pelos pela casa, material que poderia ser usado pela polícia para provar a autoria do crime. Suzane abriu o portão, subiu as escadas e acendeu a luz do corredor, para que os irmãos tivessem visão do quarto do casal. Marísia e Manfred dormiam. A estudante separou sacos de lixo e luvas cirúrgicas, que eram utilizadas pela mãe, psiquiatra.
Os irmãos, armados com barras de ferro, entraram no quarto do casal. Daniel seguia em direção ao engenheiro Manfred, enquanto Cristian ia em direção a Marísia. Eles foram golpeados na cabeça. Manfred faleceu na hora, Marísia, ao ser atacada, acordou e tentou se defender com as mãos e por isso teve três dedos fraturados. Cristian Cravinhos então pegou uma toalha no banheiro do casal e empurrou-a pela garganta da psiquiatra, o que quebrou um dos ossos do pescoço de Marísia.
Suzane disse que em determinado ponto havia se arrependido, mas percebeu ue já era tarde demais.
De acordo com a reconstituição do crime, Suzane ficou no térreo, onde aproveitou para roubar o dinheiro em espécie que havia na casa, guardado dentro de uma pasta de couro com código. Eles ainda abriram um cofre do casal, onde estavam joias e um revólver, localizado no quarto. Os acusados espalharam as joias pelo chão e deixaram o revólver, intacto, ao lado do corpo do engenheiro. Os bastões ensanguentados foram lavados na piscina e tudo que foi usado no crime foi colocado dentro de sacos de lixo, tendo os três inclusive trocado de roupa.
O dinheiro roubado e algumas joias ficaram com Cristian, como pagamento por sua participação. Após o crime, o casal passou à terceira parte do plano: forjar o álibi. Suzane e Daniel foram para o motel Colonial na avenida Ricardo Jafet, na região do Ipiranga. Ficaram na suíte presidencial, pela qual pagaram cerca de 300 reais. O casal ficou no local da 1h36 às 2h56, segundo a polícia.
Ao deixar o motel, a dupla passou no cyber café para pegar Andreas. Eles foram até a casa do namorado da estudante. Pouco depois, conforme o plano original, começou a segunda etapa da simulação. Por volta das 4h, Suzane e Andreas retornaram para casa. Andreas entrou na biblioteca e gritou para os pais, enquanto Suzane, orando, correu para o cozinha e pegou uma faca e a entregou ao irmão, ordenando-lhe que esperasse do lado de fora da mansão. A estudante ligou para o namorado e depois, junto de Andreas, deu vários telefonemas para dentro da casa, esperando que seus pais atendessem.
Às 4h09, Daniel contactou a polícia. Disse que estava em frente à casa da namorada, que suspeitava de um assalto no lugar e pediu a presença de uma viatura.
Alexandre Paulino Boto foi o primeiro policial ao chegar ao local. Em seu depoimento durante o julgamento do trio, classificou o assassinato como um “crime de amadores”. Boto disse ter estranhado o comportamento de Suzane, que lhe perguntou quais seriam os procedimentos que a polícia iria seguir. Em seguida, ela perguntou como estavam os pais. “Quando eu disse que estavam bem, ela ficou espantada. ‘Como?’, perguntou.” O policial também estranhou as perguntas de Daniel, que chegou ao local pouco depois.
Enquanto um policial permaneceu com Suzane e Andreas do lado de fora da mansão, Boto e outro policial entraram na residência. Os PMs subiram e no quarto casal, um homem estava morto na cama próximo a uma arma; a hipótese de suicídio foi logo descartada, quando Boto encontrou um corpo feminino debaixo dos lençóis.
Nessa altura da noite, por volta das 4h30, a família de Daniel já estava no local, abraçada com Suzane e Andreas. Boto pediu que Daniel contasse aos filhos do casal que seus pais haviam sido assassinados. Andreas se afastou do grupo, aparentemente em estado de choque. Suzane se aproximou de Boto e perguntou “O que eu faço agora?”.
Por volta das 5h, o pai de Daniel, Astrogildo Cravinhos, se encarregou de falar com os repórteres de várias redes de televisão, enquanto Suzane e Andreas eram encaminhados à delegacia. O relógio marcava 6h e o comportamento do casal logo chamou a atenção de todos na delegacia. Durante a espera para serem atendidos, Suzane tirava um cochilo encostada nos ombros de Daniel. Andreas ficou ali sentado, encolhido e visivelmente abalado. Entre as frases enquanto faziam o boletim de ocorrência, eram trocados beijos e carícias entre o casal. Suzane disse ao delegado titular Dr. Enjolras Rello de Araújo, “Eu gostaria que vocês matassem e torturassem esses caras que mataram meus pais” e sorriu para Daniel.
[[Julgamento->Julgamento]] <img src="https://i.imgur.com/iiHjYGJ.png" alt="JULGAMENTO">
O julgamento dos três réus foi marcado para 5 de junho de 2006 no 1º Tribunal do Júri de São Paulo.
Os advogados dos irmãos Cravinhos, Geraldo e Divaine Jabur — alegando que não conseguiram se encontrar com seus clientes para melhor preparar a defesa — não compareceram ao júri, com o que o julgamento dos irmãos foi cancelado. Na sequência, após os advogados de Suzane se retirarem do plenário, o júri dela também foi adiado.
Com o intuito de evitar novo adiamento, o juiz do caso tomou algumas precauções, como autorizar o encontro entre os irmãos Cravinhos e um de seus advogados no fim de junho de 2006, e nomear um defensor público, para defender os irmãos, caso seus advogados novamente faltassem. Um novo julgamento foi marcado para segunda-feira, 17 de julho de 2006. A sentença foi proferida na madrugada de sábado, 22 de julho, às 2h.
[[Dia 1->Dia 1]]
[[Dia 2->Dia 2]]
[[Dia 3->Dia 3]]
[[Dia 4->Dia 4]]
[[Dia 5->Dia 5]]
[[Sentença-> Sentença]]<img src="https://i.imgur.com/rhxWlbN.png" alt="DIA">
No primeiro dia de julgamento (17 de julho de 2006). Em seu depoimento, Suzane afirmou que não tinha conhecimento do plano para matar seus pais, concebido e executado única e exclusivamente pelos irmãos Cravinhos. Afirma ainda que Daniel era excessivamente ciumento. Suzane declarou ter dado a Daniel presentes caros custeados com o dinheiro dos pais.
Cristian, por sua vez, também apresentou novas informações: segundo ele, apenas seu irmão Daniel teria matado Manfred e Marísia. O réu também insistiu que Daniel e Suzane estavam convencidos a cometer o crime. Segundo a promotoria, Cristian poderia perder o benefício da redução da pena por ter mudado a versão dos fatos. Já Daniel afirmou, entre outros, que a mentora do crime foi Suzane von Richthofen. Daniel afirmou que Suzane estaria convencida a matar seus pais. Ele também afirmou ter sido "usado" pela ex-namorada para dar cabo de seu plano.
A defesa dos irmãos Cravinhos acusou Suzane de "mentirosa" e pediu uma acareação entre os três acusados, pedido acatado pelo juiz Alberto Anderson Filho.
[[Dia 2->Dia 2]]
[[Dia 3->Dia 3]]
[[Dia 4->Dia 4]]
[[Dia 5->Dia 5]]
[[Sentença-> Sentença]]<img src="https://i.imgur.com/rhxWlbN.png" alt="DIA">
A parte principal do segundo dia de julgamento (18 de julho de 2006) foi o depoimento de Andreas, irmão de Suzane. O rapaz classificou a relação de Suzane com Manfred e Marísia como normal, sem conflitos excepcionais. Ele também disse ter sofrido "chantagem emocional" para que escrevesse um bilhete dizendo que perdoava a irmã, e que na verdade não a perdoou; afirmou não acreditar em seu arrependimento e nem em sua intenção de desistir da herança. Andreas revelou ainda que não consegue fazer uso do dinheiro porque Suzane está complicando o processo. Outra mentira de Suzane teria sido sobre a arma usada no crime. Em seu depoimento, ela disse que a arma era do irmão, o que Andreas negou. Ele disse apenas que Suzane pediu que ele jogasse o objeto fora.
A convite do Ministério Público, foi ouvida também a delegada de polícia Cíntia Tucunduva Gomes. Ela desmontou a versão apresentada no dia anterior pelos irmãos Cravinhos de que apenas Daniel teria golpeado as vítimas: para ela, as agressões foram simultâneas, pois seria impossível que um dos dois tivesse sido atacado sem que o outro esboçasse reação. Gomes também ressaltou a frieza de Suzane, ela teria penteado os cabelos e perguntado ao então namorado se estava bonita, antes de ser fotografada e fichada no DHPP.
Foram ouvidos ainda: Fábio de Oliveira (agente penitenciário) e Hélio Artesi (pai de uma ex-namorada de Cristian), que atestaram o bom comportamento dos irmãos Cravinhos; Ivone Wagner, que testemunhou que Suzane tratava mal sua mãe.
[[Dia 1->Dia 1]]
[[Dia 3->Dia 3]]
[[Dia 4->Dia 4]]
[[Dia 5->Dia 5]]
[[Sentença-> Sentença]]<img src="https://i.imgur.com/rhxWlbN.png" alt="DIA">
No terceiro dia de julgamento (19 de julho de 2006), os advogados de Suzane tentaram manobra para incluir novos documentos nos autos do processo. A mãe dos réus Cristian e Daniel Cravinhos, Nadja Cravinhos, prestou depoimento. Ela ressaltou o arrependimento e profunda vergonha que os filhos estariam sentindo, apesar de pedir aos jurados punição para todos.
Nadja disse que, quando Suzane tinha que ir para o sítio com os pais, entrava em pânico. "Não sei se ela se fazia de vítima, fazendo dele (Daniel) um instrumento", contou a mãe dos Cravinhos. Cristian e Daniel choraram bastante durante o depoimento.
Horas depois, Cristian mudou seu próprio depoimento, confessando ter golpeado Marísia von Richthofen até a morte. Ele atribuiu a concepção do plano a Suzane: ela os teria convencido a participar do crime alegando que, com os pais, "não tinha vida". Entretanto, manteve as declarações de que teria batido a porta do carro e pisado com mais força, na tentativa de acordar o casal e lhes dar alguma chance de reação. Ao final do depoimento, Cristian chorava muito e foi abraçado pelo pai. O julgamento foi suspenso por alguns minutos e os jurados retirados do plenário.
Depôs também Fernanda Kitahara, ex-colega de faculdade de Suzane. Ela confirmou que Suzane e Andreas usavam maconha, e que a droga era comprada por Daniel. Disse que sabia de desentendimentos entre Suzane e os pais, ressaltando um caráter controlador por parte deles. Também disse que Suzane era, em sala de aula, quieta e sem amigos, graças ao ciúme exacerbado de Daniel.
[[Dia 1->Dia 1]]
[[Dia 2->Dia 2]]
[[Dia 4->Dia 4]]
[[Dia 5->Dia 5]]
[[Sentença-> Sentença]]<img src="https://i.imgur.com/rhxWlbN.png" alt="DIA">
O quarto dia de julgamento (20 de julho de 2006) começou com a exibição das imagens da perícia realizada no corpo de Marísia. A perita Jane Belucci fez uso de fotografias para esclarecer a dinâmica dos eventos, e a natureza das fotos, tais como a do rosto desfigurado de Manfred, causou desconforto geral. De acordo com a análise, a mãe de Suzane teve uma morte agônica, mantendo-se viva por algum tempo. Enquanto essas imagens eram mostradas, os réus Suzane, Daniel e Cristian permaneceram de costas para o telão, sem olhar para fotos.
O dia foi reservado ainda para a leitura de depoimentos das testemunhas, e para a exibição da reconstituição do filme e de uma série de reportagens acerca do crime, além dos depoimentos dos acusados. Daniel e Cristian choraram copiosamente durante a exibição de suas encenações, e pediram para serem retirados do plenário. Suzane não foi vista chorando, apesar das declarações em contrário de seus advogados, e também abandonou o plenário
Também foram lidas cartas de amor trocadas por Suzane e Daniel. Enquanto o rapaz se emocionou a ponto de ser retirado do plenário, Suzane demonstrou constrangimento e desconforto, mantendo sua cadeira afastada das dos irmãos.
Para o promotor Tardelli, o comportamento dos réus ressalta a "frieza" de Suzane e o "descontrole emocional" de Daniel. A promotoria disse que iria tentar provar que o crime foi inteiramente planejado, que nenhum dos acusados foi induzido. Para isto eles pretendem lembrar, entre outros, que logo após o crime Daniel e Suzane protagonizavam cenas de amor na delegacia, enquanto Cristian foi a um churrasco, viajou e comprou uma moto.
[[Dia 1->Dia 1]]
[[Dia 2->Dia 2]]
[[Dia 3->Dia 3]]
[[Dia 5->Dia 5]]
[[Sentença-> Sentença]]<img src="https://i.imgur.com/rhxWlbN.png" alt="DIA">
No último dia de julgamento (21 de julho de 2006), foram realizados os debates entre acusação e defesa e, os jurados se reuniram para decidir o futuro dos réus. A advogada Gislaine Jabur tentou convencer os jurados a derrubar as qualificadoras colocadas pelo Ministério Público contra Cristian e Daniel: ela alegou que Cristian não podia ser acusado de duplo homicídio, já que ele matou apenas Marísia. Quanto a Daniel, Gislaine lembrou que, desde a reconstituição do crime, o réu afirmou ter tentado acordar Manfred após tê-lo golpeado, sacudindo seu braço e passando uma toalha por seu rosto.
Os promotores Roberto Tardelli e Nadir de Campos Júnior pediram ao júri a condenação dos réus. A promotoria acusou a defesa de Suzane de preconceito social, quando esta afirmou que a "menina milionária", que não tinha motivos para cometer um crime, foi facilmente convencida por Daniel a fazê-lo, já que ele, tinha maior propensão a cometer um crime.
Ao ser acusado pelo promotor de justiça Nadir de Campos Júnior, Daniel Cravinhos teve uma crise de choro e foi abraçado pelo irmão Cristian. Ambos foram retirados do plenário. Suzane, por sua vez, permaneceu no plenário de cabeça baixa, sem esboçar reação.
Os quatro homens e três mulheres que compuseram o júri se reuniram por volta das 22h, no fórum da Barra Funda. Eles responderam a um questionário em que julgavam se cada um dos réus era culpado em 12 itens. As respostas possíveis eram sim e não. Com base nos questionários, o juiz Alberto Anderson Filho, presidente do 1° Tribunal do Júri, estabeleceu e divulgou a sentença.
[[Dia 1->Dia 1]]
[[Dia 2->Dia 2]]
[[Dia 3->Dia 3]]
[[Dia 4->Dia 4]]
[[Sentença-> Sentença]]<img src="https://i.imgur.com/hel9wM9.png" alt="SENTENÇA">
O Tribunal do Júri condenou Suzane Richthofen e Daniel Cravinhos a 39 anos de reclusão, mais seis meses de detenção, pelo assassinato do engenheiro Manfred e da psiquiatra Marísia von Richthofen, mortos a pauladas no dia 31 de outubro de 2002, na residência deles, em São Paulo. A pena-base foi de 16 anos, mais 4 pelos agravantes, para cada uma das mortes. Ambos tiveram sua pena reduzida em um ano. Já Cristian Cravinhos foi condenado a 38 anos de reclusão, mais seis meses de detenção. Sua pena-base foi de 15 anos, mais 4 pelos agravantes, também para cada uma das mortes. Ele também teve sua pena reduzida em um ano por ter confessado o crime. Mesmo condenados a quase 40 anos, a lei brasileira só permite que um condenado fique preso por no máximo 30 anos.
A sentença só foi anunciada às 3h da madrugada do dia 22 de julho de 2006, pelo juiz Alberto Anderson Filho, que presidiu o julgamento iniciado no começo da semana, no dia 17. Os condenados ainda podiam recorrer, mas não puderam aguardar em liberdade. Também não podiam ser submetidos a novo júri, pois as penas foram inferiores a 20 anos por homicídio praticado.
[[REPERCURSSSAO->Repercurssão]]
[[Entrevistas-> Entrevistas]]
<img src="https://i.imgur.com/VQpJKw6.png" alt="Repercurssao">
O interesse da população pelo caso foi tão grande que a rede TV Justiça cogitou transmitir o julgamento ao vivo. Emissoras de TV, rádios e fotógrafos chegaram até a ser autorizadas a captar e divulgar sons e imagens dos momentos iniciais e finais, mas o parecer definitivo negou a autorização. Suzane e Daniel Cravinhos foram condenados a 39 anos e 6 meses de prisão; Cristian Cravinhos foi condenado a 38 anos e 6 meses de reclusão.
[[Além->Além]]<img src="https://i.imgur.com/vPaLKQe.png" alt="Entrevistas">
Em fevereiro de 2015, doze anos após sua condenação, Suzane concedeu uma entrevista ao apresentador Gugu Liberato, que reestreava na Rede Record com um programa de mesmo nome. Nesta ocasião, ela fez revelações inéditas, tais como ter planejado o assassinato dos pais, juntamente com os irmãos Cravinhos, bem como demonstrou estar arrependida do seu ato. Admitiu sentir falta da presença dos pais, e manifestou vontade de ser perdoada pelo irmão, Andreas. Confirmou sua intenção de abrir mão da herança paterna, e fez revelações sobre seu relacionamento com Sandra Regina, com quem se encontrava vivendo como casal desde o final de 2014. Teceu grandes elogios à companheira e anunciou que as duas pretendiam prolongar essa relação fora das grades. Quanto ao fato de descobrir que podia manter relações sexuais com uma mulher, Suzane admitiu que isso se deu naturalmente, com a convivência na cadeia.
Posteriormente Suzane se separou de Sandra, após esta mudar de penitenciária. Atualmente está com um empresário de transportes, que visitava com frequência uma irmã na cadeia onde ela encontra-se.
[[REPERCURSSAO->Repercurssão]]<img src="https://i.imgur.com/fUGQiaI.jpg" alt="Além">
Após o caso von Richthofen ter vindo a público, o deputado federal Paulo Baltazar (PSB–RJ) elaborou projeto de lei que impede que condenados por crimes contra familiares tenham acesso ao espólio da(s) vítima(s). O projeto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara em abril de 2006, e aguarda aprovação no Senado. Na mesma oportunidade, também foi aprovado o Projeto de Lei 141/2003, do mesmo autor, que tramitava em conjunto, e que exclui da herança quem matar ou tentar matar o cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente.